quarta-feira, 25 de junho de 2008

A caixa

Tenho a declarar que hoje, foi uma espécie de Natal, nesta coisa séria em que estou fechada das dez às cinco. Sempre gostei de acessórios, por isso é que nasci menina. Mas para lá das pulseiras, dos brincos, das pregadeiras (de inverno e de verão - importa distinguir), gosto de economato. Aliás, nem sabia que tanta coisa cabia dentro desta palavra forte, que podia bem ser o nome de um país distante. Descobri isto, há uns anos, numa das minhas funções na papelaria sueca em que estive algum tempo ( a catarina já devia saber e nunca me contou..). Mas isso não interessa, porque hoje, foi Natal, em plena tarde de Verão. Deram-me duas caixas (kits, como lhe chamaram) cheios, a derramar a verter economato. Só para mim. Duas caixas cheias, para mim. Não queria denunciar-me e atacar logo as ditas, de modo que levei a tarde toda a olhar de soslaio para elas, qual paixão de sala de aula.
Não as tinha aberto, ainda, mas já sabia que havia doces, lá dentro.
Às quatro, lancei-me. Além da Pandora, há o economato, com todos os bens do mundo.
Estava a brilhar, com tanta coisa embalada e arrumada. Canetas, borrachas, blocos, calendário (com aquele suporte de madeira), clips, corta-papéis, mais borrachas, agrafador, furador.
Só arrumei três coisas, para definir o canto da mesa, do meu espaço.
O resto, deixei como estava.
Tudo tão novo, tão funcional, objectos tão repletos de esperança para eles mesmos, que os meus olhos viram-me e fizeram-me pensar sobre mim: estás tão cheia com as mãos dentro da caixa. O que é isso?

1 comentário:

Anónimo disse...

só espero que não seja roxa...