O Compal de pêra é um clássico. É sabido, que integra desde sempre, a categoria dos resistentes, daqueles que são apenas, eles mesmos, possuem um só sabor. Nada de indefinições parecidas com aquelas que os mangas-laranjas, côcos-ananás e essa infinidade de nectares, apresentam, ao se consumirem uns aos outros, tal qual nós, que teimamos todos, sempre, em precisar ser mais do que um, para nos sermos. No fim das contas (expressão tradicional conclusiva sobre alguma coisa), somos meio compais, nesta coisa de vivermos, de atravessarmos juntos as mesmas passadeiras, entrarmos nos mesmos transportes, pegarmos no mesmo frasco de champô no mesmo supermercado, enfim, por precisarmos todos das mesmas coisas.
A partir daqui, seria razoável entender, por que motivo, passou a ser bastante complicado, quase um achado, encontrar um compal de um só sabor. Na verdade, no sábado, encontrei um compal de pêra e no receio de mais dia, menos dia, também ele, desaparecer ou passar a ser hífen com qualquer outra fruta, resolvi, perpetuá-lo, junto com a ânsia de um beijo fresco.
O beijo-pêra.
O Compal de pêra, é muito senhor-de-si.
O Compal de pêra, é muito senhor-de-si.
(aqui, só há uma chave a ser trazida: a pele da fruta)
2 comentários:
o beijo-pêra ou a pêra-que-é-beijo (realidades diferentes, uma vez que nem um nem outro têm a propriedade comutativa) têm, no fundo, o mesmo objectivo: conspirar para que os lábios se unam.
a chave é sempre a entrada.
para onde?
se fosse católico diria: para onde deus deixar e o diabo quiser...
não sendo digo: para onde poder e tu me levares...
;)
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