domingo, 22 de junho de 2008

Ainda sobre a cidade ou uma tentativa de exorcizar Paris

Sempre sonhei com Nova Iorque.

Nada mais poético e terrível do que a luta dos arranha-céus com o céu que os cobre.

(...) não vou contar uma viagem mas a minha reacção lírica (...) Os dois elementos que o viajante capta na grande cidade são: a arquitectura extra-humana e o ritmo furioso. Geometria e angústia. A um primeiro olhar o ritmo pode parecer alegria, mas quando se observa o mecanismo da vida social e a escravidão dolorosa de homem e mecanismo juntos, compreende-se aquela típica angústia vazia que, mesmo o crime e o banditismo torna imperdoáveis (...) A impressão de aquele imenso mundo não ter raiz invade-nos poucos dias depois da chegada (...) É preciso, porém, ir à cidade, e é preciso vencê-la, ninguém pode entregar-se às reacções líricas sem ter roçado pelas pessoas das avenidas e pelo baralho de homens de todo o mundo.


Lhorca, Nova Iorque num poeta.

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