[Fé no jardim ou a fatalidade do regador vermelho]
"A ana é inquietante". Ler isto, hoje, num contexto alheio ao meu, mas em que eu estou, porque sou ana, é coisa estranha. Nunca aconteceu, sentir-me próxima de nenhuma ana escrita, sentir-me próxima de nenhum nome, de nenhuma ana, nem da minha, que sou eu. Porque nenhum nome tem de ser o meu. Mas “a ana é inquietante”, hoje, doeu-me. Alguém atirou ao ar a ana inquietante e ela foi cair em cima da minha ana, a esta hora, das vinte e três e dez, quando a li. A culpa não é da ideia, porque a expressão veio de outro hemisfério, mas na verdade, detestei achar que a ana inquietante pudesse ser, para alguém, eu.
6 comentários:
Para mim serás sempre Ana-Flor.
Também inquietante é descobrir, dois meses depois, que uma frase, do meu «hemisfério», tenha ido cair, da forma que caiu, no teu. Espero não ter quebrado nada :)
É curioso, como a gente anda por aí, por onde nem sequer sabemos.
11 de Setembro é um dia explosivo para responder a uma inquietação : ) Já não recordo onde li, penso que foi no blog da trama, mas não recordo o que era. Caiu-me mesmo como o escrevi.
:)
Sim, foi no blog da Trama, num dos textos da Ana da Trama, que eu comentei.
De qualquer forma, «inquietante» foi uma observação feliz, para mim, pois foi uma forma de elogiar a Ana da Catarina da Trama. O que me inquieta, desperta-me, mexe-me por dentro. Os «vegetais» pouco me inspiraram.
Tu também tens uma escrita interessante.
;)
Três verdades:
1)Eu também fui a "Ana da Trama".
2)Pode fazer-se dos "vegetais" um clássico da literatura.
3)Temos todos uma escrita interessante. É partir do que já existe e pensar da mesma forma (compreender), ao contrário (narciso) ou com variantes (burguês).
; )
Se eras a Ana da Trama, e se já lá não estás, sei quem és, cruzámo-nos, tu como auxiliar de loja (se é assim que se diz), eu como cliente e frequentador daquela Casa, principalmente nos concertos. E claro que é lá que compro os livros, agora.
Quanto às duas outras verdades, não as poderei negar. Pois "tudo é verdade e caminho" (Pessoa).
Compreensão, narcisismo e variações, é de facto o que constitui a literatura. Mas é o estilo (que se desprende das variações) que recria o escritor, porque escritores há muitos. Podemos ou não gostar deste ou daquela, dependendo, lá está, do estilo. Melhor. De como engolimos o estilo do outro. Ou de como o vomitamos. Respectivamente.
O teu é de fácil deglutição. Talvez por não ser suposto ser. ;)
Mas não tens publicado... (não é uma censura)
:)
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